A técnica certa para cada situação
Quando falamos de manejo integrado no controle de pragas urbanas, devemos considerar todos os fatores que, de fato, integram-se neste conceito, e que são relevantes no cuidado com os espaços das cidades para promover higiene, saúde e bem-estar: as pragas, sua biologia e comportamento; o ambiente e suas peculiaridades; e a técnica utilizada para obter os melhores resultados.
Segundo Eder Rede, biólogo e proprietário de empresa controladora de pragas, se um especialista em saúde não souber diferenciar um vírus de uma bactéria, e tratar um como se fosse o outro, pode-se pensar que determinado medicamento não é efetivo. Da mesma forma, para um controle de pragas efetivo, também é necessário saber identificar a praga, conhecer a sua biologia e o seu comportamento e empregar a técnica adequada para cada situação. Assim, não se trata apenas de usar o produto correto, mas acertar na forma, de acordo com o cenário.
"O controle profissional de pragas começou no início da década de 1920, no mundo. Quase 100 anos depois, muitas empresas ainda utilizam basicamente os mesmos tipos de aplicação, as mesmas metodologias, com os mesmos volumes de calda. Isso se dá pelo desconhecimento da grande evolução tecnológica ocorrida nesse tempo", explica Eder. Para fazer o melhor uso do equipamento utilizado nas aplicações e adequá-lo conforme a necessidade, é preciso levar em conta as premissas anteriores, como o manejo integrado das pragas e o tipo de ambiente, para, então, atuar com precisão técnica. É um rol de ferramentas em que o produto é um item a ser pensado à parte.
"Se não compreendermos em profundidade como um inseticida, por exemplo, age, sua química, forma, efeito residual, tempo de reentrada, quantidade necessária por ambiente, por melhor que seja a técnica de pulverização, as chances de erro são muito grandes. O manejo integrado é uma ciência: começa-se estudando o foco, a praga, o ambiente e, então, fecha-se com a questão de uso e a química do produto. Conectando cada parâmetro, temos um controle ideal", continua Eder Rede.
O EQUIPAMENTO IDEAL É O MAIS BEM AJUSTADO
Ainda para o biólogo, os equipamentos, de forma geral, equivalem-se grandemente nos dias atuais. Pulverizadores, polvilhadores, termonebulizadores, atomizadores ou nebulizadores, pistolas aplicadoras de gel, seringas e injetores: um bom uso dos mesmos depende muito mais do conhecimento do profissional controlador quanto à praga e ao ambiente do que da tecnologia em si.
"Não falamos em equipamento bom ou ruim, mas sim da metodologia adequada. Adapta-se o equipamento à prática, tornando-o ideal. Um equipamento ótimo para o ambiente externo, por exemplo, pode não ser adequado para uma cozinha. Dependendo do itinerário, o controlador deve fazer diversos ajustes ao longo do dia, mesmo em um mesmo espaço, com diversos ambientes. O volume de gota é um desses itens, mas há outros. É preciso ter atenção e conhecimento para uma aplicação criteriosa, pois isso é parte essencial da técnica", conclui Eder.